quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Um dia de 36 horas

Esta é minha Terça-Feira. Isso, vocês leram certinho. Estou ainda na Terça-Feira que me deixou estarrecido e sem rumo até agora. É possível que eu consiga encerrá-la às 18 horas, mas é improvável que eu a encerre de forma positiva. No máximo, vou conseguir a neutralidade. Nem mortos nem feridos, só remanescentes.

Como estou falando de vida profissional, vou pedir desculpas aos leitores para não entrar em detalhes. Segurança Pública é um tema que possui tudo para gerar pânico, quando não é tratado com muita cautela. E nossos gestores públicos, no Brasil, são de uma ruindade monstruosa na tarefa de se pensar como gestores de soluções. O que eles são é excelentes geradores de problemas.

Há muito tempo me apresento como cético. Houve um grande estranhamento inicial, quando comecei a apresentar-me como pessoa aqui no Drops, porque o ceticismo é confundido com o criticismo puro e simples. Mas este espaço não critica somente; ele apresenta sugestões e soluções que são perfeitamente viáveis numa cidade como a nossa.

Outro grande estranhamento surgiu quando resolvi abandonar a análise de cenário político. E novamente o estranhamento não se justificava, porque não existe cenário político a analisar em João Monlevade. Ele é apenas partidário, eleitoreiro e um deserto de outras características que seriam produtivas em qualquer lugar do mundo. Aqui, não...

Permaneço como cético, e em nenhum momento perco as esperanças individuais nem recomendo que ninguém as perca. Só não deixo mais de me solidarizar com os derrotados de um futuro que nós ainda aguardamos, reafirmando um propósito muito meu de não cruzar os braços mais. Nunca mais. Vou morrer tentando fazer daqui um lugar de que nossos filhos tenham motivo para se orgulhar.

Outros dias de 36 horas virão, tenho certeza. Alguns meses de 40 dias, também. E mesmo alguns anos de 17 meses. Mas, e daí? O que realmente importa é que eles não parem de chegar. O resto a gente luta para transformar com dedicação e com alegria de viver. E muita, mas muita mesmo, coerência de princípios e fortaleza de caráter.

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