segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

De cara no chão

A Unimed João Monlevade teve que me ligar, pedindo com muito respeito que eu providenciasse CPF´s para meus filhos, que são titulares de plano de saúde. O CPF não trará nenhum benefício à eles, no momento. Talvez traga algum para a operadora, não sei. O que sei é que são uma imposição goela abaixo fomentada pela ANS - Agência Nacional de Saúde. A exigência talvez (eu disse talvez) vá resultar em uma evolução burocrática qualquer para o Governo Federal.

Vejamos: Quando meus filhhos deixaram de usar o SUS e passaram a pagar para garantir atendimento em Saúde, a ANS mandou a gente plantar batatas e não se interessou. Quando os pagamentos formaram um valor bastante considerável, e meus filhos foram sendo atendidos enquanto precisavam e não mofando numa fila do SUS, a ANS assoviou para o outro lado e não quis saber. Agora a ANS, que jamais moveu um dedo em direção à nossa cidadania, quer se inteirar do que nosso contrato legal com a Unimed João Monlevade trata. A ANS quer detalhes. A ANS manda que eu tire CPF´s para dos dois, sendo que nenhum deles está precisando de um CPF agora.

Bem, eu estou mandando a ANS à Pura do Barril há uns dois anos, mais ou menos. Que se explodam os interesses dela, porque não são os meus. Mas a Unimed pode vir a ser prejudicada no processo, e aí a coisa muda de figura. Ao contrário do governo federal com tudo minúsculo, a Unimed João Monlevade nunca faltou com suas obrigações de prestadora de serviços de saúde para meus dois filhos. Vai levar porque a considero uma parceira da minha família.

Pode ser que, no futuro, eu e a Unimed tenhamos nossas desavenças. Espero que não, mas para isso deveria existir a ANS. Para garantir que todos aqueles que fogem da indignidade do SUS não venham a sofrer com a indignidade privada. Seria um papel mais inteligente e justo do que me encher o saco com obrigações que não estão previstas em Lei.

Este é só mais um retrato do Brasil. Ele nos quer de joelhos, de cara no chão. E de preferência enfiando a mão em nosso bolso e no nosso direito de dizer um sonoro "NÃO!" às suas mazelas e pecados. E eu não aceito. Preciso de Estado, mas não preciso de Governo há um bom tempo. Até porque não apareceu nenhum digno desse nome ainda.

Um dia, vamos ser atropelados dentro de casa pelo mastodonte governamental. Está se fechando o cerco, é só questão de tempo se não tomarmos as rédeas do nosso destino.

Um comentário:

Manthis disse...

Célio,
Infelizmente, isto é a face mais dura da minha do que o governo quer fazer, em sua fome de arrecadar mais e mais recursos para pagar seus rombos.
Não é a sua a única reclamação contra esta questão dos CPF´s. Todas as operadoras do Brasil, e não apenas a ANS, tem que cumprir este obrigação. O que o estado quer é se tornar um voraz devorador de dados, mas depois, usa estes dados apenas para fazer renda. Benefício mesmo que é bom, nada!