terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Márcio Passos provocativo

Li no blog Rapadura um texto sobre a Presidente/Presidenta Dilma, logo após ter escrito aqui no Drops sobre o assunto (Dilma ser chamada de presidente ou presidenta). Lógico que só poderia ser uma provocação contra a minha pessoa!!!

Brincadeiras à parte, a gramática de Língua Portuguesa aceita as duas formas. Enquanto Márcio obteve uma defesa coerente do vocábulo através da classe gramatical, eu me concentrei no aspecto da flexão temática de gênero.

Nem vou me aprofundar em detalhes para não tornar o post uma "maçante" aula de Língua Portuguesa. Ainda teria que considerar que estou afastado das salas de aula desde 1995, e mesmo um excelente piloto pode derrubar um Boeing quando se afasta de sua prática regular de atuação.

Mas continuo defendendo o direito de Dilma Rousseff de pleitear a flexão de gênero em sua atual posição. Gramáticas, como sociedades, refletem um momento histórico de populações que as desenvolveram. E as populações e sociedades do mundo desenvolveram a absurda tese implícita de que homens são protagonistas, mulheres são coadjuvantes. Vivemos este universo implícito o tempo todo até nossa vida adulta, e assimilamos sem querer algumas de suas atrocidades.

O mundo está mudando. E nós, homens, de alguma forma sabemos quem é que manda no pedaço. Atualmente não somos nós, na modesta opinião deste blogueiro aqui. Ainda vou perguntar ao Márcio Passos quanto de liberdade pura e inquestionável ele guardou para usar na hora que quiser. Eu não consegui guardar nem 3% da que eu tinha quando era solteiro!

Concordar ou não com os rumos que o Brasil vai tomar sob a batuta de Dilma Rousseff, só daqui a algum tempo. Vou esperar para não julgar este livro pela capa. Mas vou continuar defendendo o direito da presidenta de ser chamada assim, mesmo sabendo que esta não deveria ter sido a primeira preocupação do marquetingue de campanha. (O estouro das contas públicas deveria ter sido melhor trabalhado. A conta vai chegar, em breve.)

Quanto ao Márcio Passos, vamos lá: presidenta, gerenta, clienta ou pacienta É um ataque de mau gosto à estilística de nossa Língua, tão bela e tão lírica quanto é. Mas fazer o quê, se na ânsia de se afirmar contra a injustiça histórica cometida contra as mulheres, elas vão criar - mais uma vez - tempestade em copo de água?

Ô bichin difícir é esse bicho muié, sô!

Um comentário:

Márcio Passos disse...

Meu caro Célio Lima,

na realidade dos fatos, o texto sobre a "presidenta" já estava no arquivo do Rapadura e me foi enviado pelo sobrinho Dalton Passos, que reside em Belo Horizonte. Só vi a concidência depois de postado.
Para ser sincero, meus parcos conhecimentos não me permitem avaliar o certo do errado, pelo menos neste caso. Prefiro ficar com sua versão.
No mais concordo com todas as suas considerações, menos aquela dos 3. Acho muito.
Até porque estou postando textos de terceiros no Rapadura porque Dona Eloíza, numa noite de lua cheia e muit romantismo, me fez prometer que ficaria fora da globosfera nesta já andante ano de 2011. Estou tentando...
Um abraço.