terça-feira, 15 de março de 2011

Admitir um erro é tarefa de Hércules



E não estou falando do carro, mas da tentativa da Renault de tirar este site do ar. É assim mesmo aqui no Brasil: os erros, mesmo os mais procurados por uma gestão amalucada, são vistos como algo que veio externamente só para nos atormentar.

Em nações civilizadas ocorre muito também, mas elas possuem mecanismos de proteção mais avançados para as sociedades civis. A tendência é que, numa Democracia consolidada e consciente de seu papel, um grande erro é acompanhado da respectiva retratação e da vontade firme de evitá-lo no futuro. Nem que seja pelo medo da punição (pesada) que é quase certa acontecer.

Nossa democracia é muito jovem. Como estamos observando, o peso da juventude é proporcionalmente mais danoso que o peso da idade. Admitir que o erro existiu, corrigí-lo, ouvir os parceiros de caminhada (pelo menos os que sobrarem!) para evitar a repetição do erro, é fundamento de sobrevivência num mundo cada vez mais competitivo.

A Renault vai se safar. Torço para que se safe com o competente ressarcimento à principal vítima de seu erro. Mas eu, particularmente, não pensarei um minuto para rejeitar um carro Renault no futuro. Porque certas atitudes são como as pinturas das cavernas: depois de muito tempo passam a não fazer qualquer sentido, mas ficam nas paredes por milênios para ser lembradas.

Porque a Renault é jovem no Brasil, vai aprender a ver o Brasil, daqui a alguns anos. Ela possui uma assessoria técnica recrutada justamente pelo talento de aprender com estes tipos de erro, graves e inesquecíveis, mas superáveis pela vontade e pela garra de não mais serem cometidos no futuro.


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