quinta-feira, 9 de junho de 2011

A LRF mudou para melhor

No biênio 2009/2010, o Governo Municipal fez ouvidos de mercador para todo mundo que aconselhava moderação e temperança. Deu uma boa olhada no cofre, viu que estava bem recheado e fez o que mentes simples costumam fazer quando enxergam o básico: reagiu com o básico. gastou como se financeiro e contábil fossem a mesma coisa. É claro que gastou mal também, mas deixemos para lá. Acabou. Literalmente e financeiramente.

Agora que João Monlevade é governada pelo que é contábil, os sintomas ficam evidentes e cristalinos como a água do DAE ficaria, se ele não fosse transformado em Banco Municipal em breve. Não há dinheiro para dignificar o trabalho dos servidores efetivos. Não há dinheiro para honrar compromissos nas datas corretas de vencimento. Não há dinheiro, e este é um problema que destrói qualquer boa vontade de fazer um bom trabalho.

Naquele biênio 09/10, não se gastou em esferas estruturantes. Nem nas políticas nem nas administrativas, o que veio a gerar a crise política e a crise gerencial que se observa acontecendo hoje. Com a gastança ensandecida que se instalou a partir do uso das reservas financeiras que haviam, instalou-se igualmente uma crise financeira ao lado das duas anteriores.

E para quem acreditava que existe limite de razoabilidade, todo este caldo de bagunça gerou uma quarta crise: a de relacionamento institucional, fazendo com que hoje o Governo tenha uma imagem enfraquecida. Não ajuda muito o fato de que os meios de comunicação estejam sendo tratados como cães do inferno nessa hora. Muito menos ajuda o fato de que não há mais um grupo político homogêneo (admitindo-se que houve um dia um grupo político de fato, além de dois integrantes), a sustentar qualquer ação de governabilidade que se tente.

A Lei de Responsabilidade Fiscal mudou para melhor. Hoje, ela impede que se gaste o que não se possui. Mas ela deveria ter sido pensada mesmo, com rigor técnico e com capacidade de percepção autocrítica, naquele fatídico biênio 2009/2010.

Agora sobram os salvados desta guerra, para os mais fracos aproveitarem. Dentre os destroços estão os trinta dinheiros de aumento e os muitos dinheiros de empréstimos para os próximos Prefeitos pagarem. 

Y viva la vida loca! 

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