quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Formas de mudar - II

Continuando a análise e mantendo as mesmas variáveis ( carros da montadora FIAT e evolução temporal) vamos observar agora um caso nem tão simples de mudança a que se propôs a FIAT em 15 anos de aprendizado e de aplicação.

Na primeira imagem, vemos a Panorama 1986, derivada da linha 147. Se não foi a primeira nem a melhor, pelo menos atendia à proposta de ser um carro multiuso, urbano, voltado para a família mais do que para seu condutor. O maior senão a envolver seu design era o de que, por ter permitido que a linha inteira envelhecesse muito sem trabalhar melhorias significativas, a FIAT resolveu mudar com uma gambiarra. Instalou nas laterais do carro uma horrenda viga de plástico preto. Cada um verifique se seus olhos gostam do que veem, e se o resultado salvou o design de ser simplesmente envelhecido:


Vejamos agora o que a FIAT teve de ideias inovadoras, analisando a Palio Weeekend Adventure (uma sucessora possível para a Panorama de tempos atrás):


Bom, as ripas de plástico preto estão lá, mesmo num carro cujo design não envelheceu tanto. A Weekend Adventure precisou mudar e a FIAT tascou-lhe rebarbas de plástico traçadas a régua arquimedes e má vontade, ao que parece. Eis um caso em que a mudança trouxe pouco ou nada de benefício real. Para clarear ainda mais o raciocínio, vamos dar uma espiada na Strada Adventure:


Perceberam algo em comum? Aqui, nem a saliência quadrada do recorte de tampa do bocal de combustível escapou. A gulodice em enfiar ripas de plástico por todo o carro, sobrepujou até a decência do desenho elegante que a carroceria já possui, naturalmente.

Repetindo, estética é algo muito pessoal. O foco das postagens nem é o da estética automotiva, mas o das mudanças que ficam no vazio. Ou na piora do que já havia pronto anteriormente. Este é o principal motivo para que o discurso de mudança seja analisado com muita propriedade e cautela.

Às vezes, mudar é repetir sem causar inovação nenhuma.

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