O discurso da mudança é válido e bem fundamentado, em muitas situações. Em outras, o resultado não é nada evidente. Aproveitando que gosto de carros, de suas histórias mínimas e de filosofar sobre os aspectos de como as mudanças afetam ou não o universo que conhecemos, vou falar sobre duas mudanças.
A base para meu estudo amador será a montadora FIAT. Simplesmente por eu entender que os exemplos serão bem captados pelos leitores e porque a montadora está fazendo 35 anos de Brasil, sendo a caçula das "quatro grandes" que possuímos em território nacional.
O primeiro exemplo é de mudança para melhor. trata-se do design traseiro do Siena, sedã oriundo da família Palio. No seu lançamento, a traseira do carro parecia ter sido feita a compasso e transferidor, de tão horrenda. Descasava-se do conjunto do carro e fazia muitas pessoas terem arrepios de desgosto ao vê-lo nas ruas:
A FIAT poderia ter solenemente ignorado todas as (acertadas) críticas que recebeu. No entanto, a montadora entendeu que seu produto era simplesmente ruim, no aspecto criticado. Mudou a trtaseira do carro e começou a ver que ele vendia melhor depois da mudança:
Em 2004, a montadora se antecipou ao mercado e ao gosto dos clientes e promoveu mais uma reestilização na linha Palio. O Siena começou a se destacar ainda mais nas vendas. Vale ressaltar que essa tendência para os sedãs já estava se consolidando também, mas a mudança agradou ainda mais a quem considerava adquirir o carro. Aquela traseira monstruosa começava a se integrar à identidade visual do Siena:
Estética é questão muito pessoal. Portanto, pode haver milhares de pessoas que discordem da minha opinião. Para mim, esta mudança aqui significou muito pouco em relação ao que poderia ter sido. Houve perda de fluidez no design, o que acabou paralisando o Siena no tempo. Mas o fato importante é que havia a firme determinação da mudança estampada no trabalho da montadora. Tanto é que, atualmente, este é o carro que utilizamos como exemplo:
Observem como aquela parada no tempo foi revertida com sobras. Mais uma mudança e o carro ficou moderno em design, antenado com seu tempo e seu espaço. Virou um líder de vendas em sua categoria, tudo porque as mudanças foram acontecendo em um viés de evolução consciente, programada e objetiva.
Eis o nosso primeiro exemplo, aquele que é resultado de uma prática que condiz com uma mentalidade honesta de princípios. Mudar para melhor traz sempre benefícios. Mais tarde postarei o exemplo inverso.
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