sábado, 1 de outubro de 2011

Tinha 3 lá...

Passei rapidamente pela Câmara Municipal ontem, às 16h30, para acompanhar a Audiência Pública sobre a prestação de contas do Executivo em relação ao quadrimestre anterior. O público que não pertencia diretamente à Prefeitura ou Imprensa era de três pessoas. É, tinha 3 pessoas por lá.

O horário da tarde machuca a Câmara para eventos extraordinários. As pessoas estão, na sua maioria, trabalhando. Mas há muitas que poderiam comparecer. Se não o fazem, é porque não se interessam. Se não se interessam, algo vai errado. É muito cômodo dizer que algo vai errado como Legislativo, mas o buraco é mais embaixo.

Algo vai errado com a cidadania. Para reclamar, basta perguntar nas ruas e surgirá uma legião de revoltados. Pena que revoltados contra o que não conhecem, porque não frequentam a política. Não leem a política. Não querem a política. O que poderia querer esta legião? Um jeito mais fácil de encontrar as coisas prontas e acabadas?

Política, como todos parecem saber, é conflito de interesses: podem ser baixos ou elevados, mas são interesses. E é deles que uma sociedade se vale para obter de volta a qualidade de vida, pela qual arca com pesados impostos.

Ontem, na Câmara Municipal, não havia um único Presidente de Partido Político da cidade, à exceção de Carlos Coelho do PT do B. E ele estava lá em junção do jornalismo. Não em função da política. Nosso exemplo ruim vem de cima. Daí reconheço que cobrar dos vereadores e da população mais empenho é, certeiramente, injusto.

O assunto da Audiência? Coisa boba, simples e banal. Apenas a destinação de todo o dinheiro que o Município arrecada e gasta no período demonstrado. E tinha 3 pessoas, desvinculadas do assunto por razões profissionais, interessadas nos rumos destes milhões...

Faltou divulgação ampla? Não sei dizer.
O horário é ruim demais? Não sei dizer.
A política partidária é irrelevante? Não sei dizer.

O que sei dizer é que a Política, enquanto motor social, é a mais importante das atividades humanas. Ela é que impede alguém de queimar o seu dinheiro. Ela é que possibilita que haja alguma Saúde Pública, Alguma Educação Pública, alguma Segurança Pública funcionando.

Mas ela não realiza estas coisas sozinha. Do mesmo jeito que nossas veias e artérias não tem utilidade nenhuma, se não houver sangue circulando nelas, assim é a política sem os homens a quem deveria atender e prestar contas de seu atendimento.


Um comentário:

José da Conceição disse...

Célio, você disse tudo que eu gostaria de ter dito.