sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Insensatez é mato

Realizar uma movimentação política opositora, sem resvalar para o campo da pessoalidade, é impossível. Não há como negar que algum travo, alguma mágoa, algum entrevero de origem eticamente não revelável sempre haverá de existir, para todos os envolvidos. TODOS, é bom lembrar. Não há vítimas e carrascos nesta interação. Somos atores e cabe a cada um compreender o seu papel. Não aguenta? Vá pra casa e deite na rede, sua vida estará resolvida.

Uma analogia do que vivo ultimamente pode ser traduzida de forma simples. Se estou andando pela avenida Getúlio Vargas e piso em um monte enorme de merda de cachorro, não vou culpar o governo municipal pela merda de cachorro. Nem vou culpar ao bichinho em si mesmo. Também exijo o meu direito de não ser culpado por ter incomodado a merda de cachorro com um pisão. Mas alguém tem que responder pelo fato, mesmo sendo pouco relevante. E este alguém é quem abandonou o cachorro à sua própria sorte.

A partir daí entra o jogo de encenação do ambiente político em que vivemos. Quero acusar o governo municipal pela merda, ele tentará acusar o dono do bicho pela merda, se encontrado o dono acusará o animal pela merda, o cachorro não acusará ninguém porque não tem como falar, etc.

O governo dirá que estou procurando pelo em ovo, direi que bosta de cachorro é um risco à saúde pública devido à possibilidade de transmissão de zoonoses, o dono dirá que o cachorro também é gente. O que nenhum de nós faz, de efetivo, é evitar que haja mais cachorros, mais merda e mais bate-boca inútil.

Pedindo licença aos leitores pela grosseria, acabamos todos com merda de cachorro na boca o tempo inteiro, enquanto nada é feito para resolver merda alguma. Sinceramente, não é isso que pretendo fazer por João Monlevade e não aceito que somente isso tenha sido feito por tantos anos, por políticos e cidadãos de toda categoria e ideologia, vinculados a qualquer sigla partidária que seja.

Já emiti aqui três pareceres pessoais sobre o ambiente político que conheço, que é o atual. Vou lembrá-los:

1 - Gustavo Prandini chutou o balde.

2 - Este caixão já desceu.

3 - Falta homem em João Monlevade há muito tempo.

Peço que realizem uma busca pelas palavras de chave, se houver dúvidas sobre o contexto em que foram ditas estas palavras.

Por incrível que possa parecer, a mais grave de todas é a terceira delas. O pior dos nossos pesadelos de cidadania é que nosso ambiente político está carente de Homens com "H" maiúsculo. É isso que vai nos afundar por anos de estagnação de inteligência. É isso que vai nos desesperar porque não se faz o trabalho que deveria ser feito.

E, para fazer morrer de vergonha, 2012 se encaminha ser o ano do "ruim por ruim, fico com o menos ruim" em matéria eleitoral. Nosso inferno é que, numa Democracia, a matéria eleitoral define dois dos três Poderes que a compõem. É nossa benção também, é claro. Mas o post anterior deu uma boa pincelada sobre nossas relações com a Ordem e a Fiscalização.

Não desistir de lutar nunca. Um dia acertamos os ponteiros não com o menos ruim, mas com o melhor que pudermos produzir.

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