Foi assim que me senti, hoje. Após ler o magnífico texto de Tó Vilela no suplemento especial "Os dois manés" eu me vi ali, dentro da história.
Eu me vi marionete do Bené, eu me vi marionete do Zé. Eu me vi preparado para satirizar os dois, quando a verdade veio como uma pancada de tronco de árvore no peito: éramos três Manés. O mais Mané de todos três, claro, era eu.
De alma suja. Porque deixei que uma hora o Zé, outra hora o Bené, os dois me engambelassem como se estivessem tomando doce da boca de criança. O maior Mané do mundo estava naquele texto, e era eu.
De alma suja, porque me orgulho de ser "intelectual", "letrado", "vivido"... E bobo de uma corte de reis zombadores: uma hora o Zé, outra hora o Bené... E o Manezão aqui aplaudindo tudo ou vociferando contra tudo, mas sem pensar muito bem nos porquês.
Três Manés. Com certeza Tó Vilela nos deu o maior presente que poderia. Agradeço ao Jornal A Notícia pela chance de poder entender esse presente. E pela chance de lavar a alma.
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